7.2.08

"SALON"


Bem, já está na altura de continuar a contar mais uma das nossas aventuras,
E chegou a vez do Salon, leia-se em françês sil vous plait : "Salon"
Este foi o grande projecto da Bambolina a nivel de trabalho, emoção, execução e ... e... e.... tanta coisa.
São tantas coisas que nem sei por onde começar.
Vou tentar do principio.
Estavamos já com alguma vontade de fazer algo com uma dimensão maior, sair de bares e restaurantes e encontrar uma sala para estrear um espectáculo, todo criado de origem.
A Rita atreveu-se a escrever num português mais romântico, se assim se pode dizer, uma bonita história de resistência e amor á arte.
Remonta á época em que a arte era admirada e vivida em grandes salões de casas particulares com as paredes empilhadas de obras magnificas que destoavam de cores e traços mas onde cada uma delas teria honra de existência. Onde cada uma delas seria admirada sob a leve e cativante musica desconhecida que entoava poemas e novos pensamentos artisticos fundamentados por emoções reais. De artistas reais a quem lhes era negada a sua forma de expressão artistica.
Tendo o texto,conseguimos reunir o primeiro elenco de onde eu faria parte e então deitar mãos á obra.
E que obra...
Muitas voltas se deram até que me convenceram a saltar do elenco para a encenação... ui, que loucura! Mas eu gosto de loucuras e, a bem da verdade, era uma honra poder contar esta história e transportar o público a essa realidade.
Pecisavamos de espaço, um teatro.
Depois de algumas e felizes ajudas que nos foram oferecidas, conquistamos uma sala fechada. Uma sala que trazia uma bagagem de histórias e êxitos consumados.

O Teatro Gymnásio, hoje conhecido como cine-teatro gymnásio no bonito espaço chiado.
O local era perfeito, antigo, acolhedor e com uma resistência incalculável á sua destruição.
Paralelamente a esta busca do local perfeito já tinhamos dado inicio ao processo criativo, ensaios... música... coreografia...
E o que nós riamos... e desesperavamos... e riamos outra vez.
A melhor equipa!
Texto da Rita, produção da Sininho e da Carochinha que acumulava com a sua forte arte de representar, a procura de novos investidores e parceiros que sem eles não poderiamos existir.
O Sérgio Delgado foi responsável pela musica que até hoje cantarolamos diariamente e o Zé Arantes, como não poderia deixar de ser, criou todas as coreografias que nos fizeram dançar tão alegremente durante os bons longos meses que passámos juntos, e com a boa ajuda da Adriana Carvalho mantinhamos as coreografias sempre impecáveis.
Ah! E Gonçalo e a sua "way of arts", uma linda casinha na costa do estoril onde ainda hoje se vive o ambiente dos verdadeiros "salons" e se pode apreciar muito boa arte, que nos ajudou a criar o ambiente de verdadeiro Salon onde com a Rita juntaram cerca de 30 artistas plásticos e nos rechearam a sala mantendo as suas obras na paredes tal e qual como nos verdadeiros Salon's. Estava lindo! (vou pôr fotos)
E agora, mas não por isso o menos artistico, a querida Mãe Ana que com o seu enormissimo talento me ajudou a criar e executar os loucos cenários que imaginava quando me ia deitar e todas as transformações cénicas e soluções teatrais que acentuavam o ambiente perfumado e mistico do "nosso Salon"
Também a Mestra Fátima Ruela punha em práctica guarda-roupa que me vinha em ideia nessas noites de insónia cheia de ganas de estrear.
O Sr Fernando, grande mestre de palco desse belo coliseu que de um palco de 8x12 nos trouxe á vida um digno palco de tábuas e cortina, tão bonita que ficou feita pelas doces mãos embebidas de histórias da querida Mestra Fátima ao som da velha mas segura máquina de custura.
O Hugo que nos criou uma verdadeira "Aldeia de Luz" com todo o material cedido muito gentilmente pela emav e pelo vizinho e experiemte teatro da trindade. Aqui deixo um agradecimento especial ao Francisco Ribeirinho e ao Rui Sérgio que acreditaram em nós e nos ajudaram com todo o equipamento. Um luxo. (a ver nas fotos).
O Luizinho e o Sebástian, que entraram nesta loucura tão saudável e enriquecedoura, e todas as noites naquela pequena mas muito acolhedoura régie controlavam essa arte de tratar do som e da luz , das vozes e ambientes que naqueles serões ouviamos existir. Eram eles no fim de contas quem mais suavam ... tremiam e estavam duas horas em total sintonia com o bom elenco.
O elenco... que tão bem trouxe á vida as nossas personagens
A Patricia De Brito que nos trouxe á vida com uma força inesgotavel a gigante e talentosa Natividade
A Matilde Mello Breyner que nos deu a conhecer com o seu bom talento a jovial e tão divertida como descarada Mimi
A Sofia Froes que deu vida á voz doce da Virginia
O Fernando Ferreira desempenhou uma imponente e majestosa interpretação do Eugênio
O Miguel Simões delicado actor que tão bem interpretou o amargurado Marcelo
Todos, de uma terna forma criaram a nossa Rebeca, cuja voz tão serena e marcante nos foi oferecida por uma mestra de fazer arte, Obrigada Maria Dulce
O Mestre Rui De Luna que preparou os delicados intrumentos dos nossos actores. A ele o especial carinho.
Patrocinios e apoios sem voçês nada disto seria possivel
Falta-me falar-vos de uma pessoa muito especial, uma menina, senhora... mulher e actriz que muito respeito e que assumiu o cargo de contra-regra deste espectáculo abdicando da boca de cena para o bastidor, a coragem de desenvolver o seu trabalho como actriz através do bastidor, de quem segura o actor, de quem nos sustenta e nos dá suporte para da melhor forma levar-mos o público a viver esta história. Foste um exemplo Mariana (Amaral)
Deixo-vos com alguns momentos do "Salon", e a toda esta magnifica equipa, e todos os que em nós acreditaram e connosco trabalharam
Bem hajam, guardo esta experiência com a maturidade para reconhecer as dificuldades e muito tesão (peço desculpa e passo a expressão mas é a palavra mais adequada) para novas que virão.



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